quarta-feira, 27 de julho de 2011

olheiros.net - Guarín: o motor colombiano

Ofuscada pelos anfitriões argentinos e os tradicionais Brasil e Uruguai, a Colômbia chegou à Copa América 2011 de forma discreta, mas fez uma primeira fase exemplar. É verdade que a queda nas quartas de final diminuiu o brilho da equipa cafetera, mas os óptimos jogos no início do torneio serviraram para ratificar a grande fase de um médio que assombrou Portugal na última temporada.

Embora Falcão García seja o principal nome dos colombianos, quem comanda a equipa e a faz “andar” é o médio Fredy Guarín. O jogador é o responsável por dar equilíbrio defensivo e ofensivo aos cafeteros, no melhor estilo “box-to-box”. É assim também no Porto, que joga num estilo parecido dos colombianos, embora conte com mais jogadores poderosos, como Hulk.


Protagonista desde sempre:

Fredy Alejandro Guarín Vásquez, ou apenas Fredy Guarín, nasceu em Puerto Boyacá no dia 30 de junho de 1986. Mesmo com seus 25 anos recém-completados, pode se dizer que o médio é um velho conhecido do torcedor colombiano. Desde o Mundial Sub-17 de 2003 Guarín é figura carimbada nos jogos dos cafeteros.

Pode se dizer, igualmente, que ele é protagonista desde sempre de sua selecção. Naquele Mundial, o meia era, além de importante peça na formação táctica, o capitão. Sob sua liderança, a Colômbia conquistou um honroso quarto lugar. Guarín foi autor de dois golos durante a campanha.

As boas actuações e o espírito de liderança fizeram com que o treinador do sub-20, Reinaldo Rueda, já olhasse com mais afinco para o jogador. O resultado foi uma inesperada mas merecida convocação para o Mundial dessa categoria ainda em 2003. Guarín pouco foi utilizado, porém, a experiência adquirida foi fundamental para seu futuro. Os colombianos do sub-20 repetiram a dose de seus companheiros mais novos do sub-17 e conquistaram um feito ainda mais expressivo: foram terceiro lugares, dando o troco nos argentinos.

Dois anos mais tarde, agora com idade ideal para um torneio sub-20, o médio foi apenas uma opção para o técnico, mas de uma forma bem diferente. Basicamente um 12º titular, o jogador saiu do banco em duas oportunidades e marcou golo em ambas. Desta vez, no entanto, a eliminação deu-se precocemente, nas oitavas de finais, novamente contra a Argentina, que era liderada por Lionel Messi.

Em clubes, Guarín deu seus primeiros passes e chutos no Deportivo Tuluá (ou Cortuluá) ainda no início da adolescência. Passou também pelo Deportes Tolima até chegar ao Envigado, clube no qual se profissionalizou em 2004, depois das belas actuações no Mundial Sub-17 do ano anterior. Na modesta equipa colombiana, Guarín necessitou apenas de uma temporada para chamar a atenção de outros clubes.



Do gigante sul-americano para a Europa:

Logo após a participação no Mundial Sub-20 de 2005, o Boca Juniors ganhou a disputa com outros interessados e acertou contrato por empréstimo de um ano com o jogador. Sua passagem pela equipa argentina não foi a esperada. Guarín foi utilizado tão somente como atleta da equipa reserva e só recebeu duas chances entre os titulares, no torneio Clausura conquistado pelos Xeneizes naquele ano.

Visivelmente insatisfeito, o médio contou com o interesse dos franceses do Saint-Étienne para rumar à Europa. O fato ocorreu em agosto de 2006, um ano após sua chegada ao Boca. Os argentinos ainda tentaram sua permanência, mas a escolha de Guarín prevaleceu. Na França, o médio pôde actuar desde o início na equipa principal.

Sua estreia não poderia ter sido melhor: dois golos num amigável contra o Espanyol na pré-temporada. Na temporada em si, Guarín não chegou a ser um titular absoluto, mas já era presença constante. O bom trabalho desempenhado garantiu-lhe um contrato em definitivo com a equipa francesa. Sua estadia lá, no entanto, não perduraria muito.



Portugal e a afirmação:

Em julho de 2008, após ser amplamente observado e avaliado, Guarín foi negociado com o Porto, por valores até hoje não revelados. Sabe-se lá quanto os portugueses pagaram, o fato é que o investimento agradou, pois o médio provou em pouco tempo aquilo que se projectava dele desde os tempos de Mundial Sub-17.

Colocado aos poucos na equipa principal, Guarín foi se tornando peça fundamental no esquema dos Dragões, que precisa de alguém comandando a área central do meio-campo tanto defensiva como ofensivamente, já que a equipa joga com dois jogadores criativos somente pelas pontas.

No clube português, Guarín aprendeu também a fazer algo que ainda não fazia: levantar troféus. Desde que chegou, conquistou duas vezes a Primeira Liga, três vezes a Taça de Portugal (em 2009/10 marcou golo na final), duas Supertaças de Portugal e uma Liga Europa – na temporada passada, na qual, além de grandes actuações, terminou com cinco golos marcados.

Presente na selecção principal colombiana desde 2006, o jogador já acumula quase 30 aparições até o momento e é apontado como um dos principais nomes para levar os cafeteros à Copa de 2014. A ver como se sai o versátil médio próximo de chegar à idade de maturidade no futebol. A base e um bom clube para desenvolver-se não lhe faltaram.



Ficha técnica

Nome completo: Fredy Alejandro Guarín Vásquez

Data de nascimento: 30/06/1986

Local de Nascimento: Puerto Boyacá, Colômbia

Clubes: Envigado, Boca Juniors, Saint-Étienne e Porto

Seleções de base que defendeu: Colômbia sub-17 e sub-20

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