segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

tvi24.iol.pt - Guarín e uma velha obsessão chamada remate: «Tive de o domar»

As pernas de pele e osso escondem uma patologia obsessiva. O pequeno Freddy passa horas e horas a aperfeiçoar a forma como bate na bola. Acaba o treino, o sol esconde-se no pequeno campo do Envigado FC e Guarín insiste e insiste até extenuar, até à metamorfose. O crescimento surge em forma de músculos, o corpo molda-se à obsessão do agora jogador do F.C. Porto.

Registe-se e comente em tempo real no Maisfutebol!

Quem conhece Freddy Guarín desde os tempos de meninice não abre a boca de espanto perante o primeiro golo anotado ao Marítimo. Há mesmo quem jure que o internacional colombiano já marcou ainda mais de longe. Edigson Velasquez era o guarda-redes do Envigado quando Guarín chegou em 2004 aos seniores do clube.

As mãos do actual dono das redes do Deportivo Pereyra ainda ardem, como recorda ao Maisfutebol. «O Freddy já tinha uma capacidade brutal no remate. Vi as imagens dos golos dele no domingo, mas ele nos treinos marcou-me várias vezes dessa forma. Fazíamos apostas regularmente e ele marcava-me quase do meio-campo», assegura o ex-colega de equipa. Sem se rir.

Antes de ser bombardeiro, Guarín é Ícaro e as balizas o seu sol flamejante. Várias vezes se queima por exagerar na compulsão, na impulsividade, como nos conta Hugo Castaño, o treinador que o promove à primeira equipa do Envigado.

«Era obcecado pelos remates de longe. Muito mais frágil fisicamente, muito mais limitado com a bola, mas já extremamente competente no pontapé. Esse era o sinal mais forte do seu futebol e aquilo que mais me atraiu nele. Tive de o domar, de lhe explicar que o passe e a paciência também fazem parte do jogo.»

Um Guarín delgado e mortal em 2005

Aos 16 anos, o povoado de Puerto Boyacá fica para trás. Guarín procura a evolução no Envigado, um clube com fama de bom formador, nos arrabaldes de Medellín. «Tímido e desconfiado», o pequeno Freddy conquista a pouco e pouco a confiança dos novos colegas, surpresos com a capacidade ameaçadora do seu remate.

«Sou muito mais velho do que ele, mas nunca deixei de ficar surpreendido com a forma como rematava. Dava-lhe alguns conselhos, dizia-lhe para apontar melhor, pois a bola ganhava muitas vezes demasiada altura. Fico feliz por vê-lo tão bem no F.C. Porto», diz Edigson Velasquez, um dos primeiros guarda-redes a sofrer com os torpedos de Guarín.

Hugo Castaño, paternalista, aplaude a evolução do antigo pupilo. «Na verdade resolveu-me vários jogos. Quando o remate saía mal, ele até tinha medo de me olhar. Era duro com ele, mas o Freddy sabe que só o queria ajudar.»

As imagens sustentam as palavras dos entrevistados. Há cinco anos, num Mundial sub-20 que assistiu ao despertar de Lionel Messi, um Freddy Guarín delgadíssimo marcou dois excelentes golos de fora da area. O sniper colombiano é obcecado pelo remate desde sempre:

Golo contra a Itália:

Freddy Guarín vs Italia
Enviado por jdsa. - Basquete, beisebol, luta profissional e mais vídeos de esporte profissional.


Golo contra o Canadá:

Sem comentários:

Enviar um comentário