Guarín tem um problema e só Vítor Pereira pode apresentar a solução. Assim se resume o ataque declarado às opções do treinador, ontem levado a cabo pelo seu empresário, Marcelo Ferreyra, cujas opiniões reflectem, garante a O JOGO, o pensamento do médio colombiano. A gota que fez transbordar o copo foi a entrada de Guarín em Chipre, aos 60 minutos, para a posição de trinco. "O Fredy não percebeu por que entrou na posição de Fernando. Ninguém percebeu", assume o agente argentino, que admite que o momento não é o ideal: "O Guarín anda confuso, como é óbvio. Com o outro treinador [Villas-Boas], era titular. Com este ainda só fez 7 jogos a titular e é pouco, porque com o outro jogava sempre. O treinador tem de decidir, respeitamos se não conta com ele, mas que o diga, porque ele precisa de jogar e se não puder ser no FC Porto será noutro clube."
Ferreyra foi muito objectivo ao colocar o foco sobre Vítor Pereira. "Às vezes joga como médio criador, outras vezes como trinco. Não percebe", insiste, concluindo: "Assim não se sente cómodo. Não é que ele não possa fazer mais do que uma posição, aliás, era isso que acontecia com Villas-Boas, mas aí havia um padrão, ele percebia o que se pretendia dele." A titularidade é uma questão muito cara a Guarín, explica o empresário, e a verdade é que Vítor Pereira abdicou do colombiano após o empate caseiro com o APOEL, findo o qual questionou, sem nomear, o comportamento dos jogadores. "O treinador não lhe disse nada, nem lhe explicou por que saiu da equipa. Não houve uma explicação clara. Que diga ao Fredy o que quer dele", sustenta Ferreyra.
A forma definitiva como expôs o problema cria um impasse que não exclui a possibilidade de o médio sair em Janeiro. Numa altura em que se fala do interesse do Roma, não será esta intervenção do agente uma forma de pressão para que o FC Porto venda o jogador? "Não, com o clube temos um bom relacionamento. Sou sincero, nunca houve uma oferta formal a cair no FC Porto, essa foi a questão. Sempre teve a cabeça no FC Porto, mas agora mudou o treinador e ele não sente confiança", justificou, estabelecendo um limite: "Fiquei de falar com os dirigentes em Dezembro, aí tudo estará mais definido. Se nessa altura não contarem com ele, é claro que quer sair."
Confiança é um termo-chave e que, nas palavras de Marcelo Ferreyra, não tem existido entre treinador e jogador. "Parece-me que já fez o suficiente no clube para que o treinador conte com ele. Tem de lhe dar confiança", sustenta, pondo de lado o processo de renovação, que o próprio vinha alimentando: "Pelos vistos o treinador tem outras ideias. Não vais renovar com um clube onde não jogas."
Oportunidades não têm sido assim tão raras
Guarín esteve em 10 dos 16 jogos do FC Porto, sendo que falhou 2 encontros devido a castigo da UEFA. De resto, as suas exibições não têm sido propriamente elogiadas, daí que Vítor Pereira reserve também oportunidades para Belluschi e Defour, um reforço contratado para esta época. É evidente a diferença entre o Guarín dos últimos meses e aquele que brilhava com Villas-Boas. Ferreyra coloca a questão no campo da confiança: "Recebeu elogios de Villas-Boas e Guardiola e agora só conta para entrar do banco? Não é em 15 minutos que resolve...
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