Que bom encontra-me contigo. Como estas, Fredy?
"Muito bem. Muito obrigado".
És muito jovem. Que idade tens e há quanto tempo estás no Inter?
"Tenho 27 anos e estou à 2 anos no Inter".
Tiveste que percorrer um longo caminho para chegar ao Inter aos 25 anos. Onde começaste?
"Comecei no Huila, com o treinador Bernardo Redín. Depois passei para o Envigado, que foi onde me estabeleci como profissional".
E com quem estiveste aí?
"Com o Hugo Castaño, estive praticamente 2 anos e meio até 2005, quando fui para o Boca Juniors, onde estive 1 ano de empréstimo com opção de compra. Nos primeiros 6 meses estive na terceira divisão, onde tive uma bonita experiência com o treinador 'Chueco' Alves. Depois passei para a primeira divisão, com o 'Coco' Basile e ganhamos o campeonato argentino. Nesse semestre joguei 2 jogos, contra Rosario Central, de visitante, e com o San Lorenzo".
Com o San Lorenzo jogaste no 'La Bombonera'?
"Sim, joguei todo o segundo tempo".
Era lindo jogar no 'La Bombonera'...
"Lindo, especial. Jogar naquele campo é único".
Estou a falar com alguém que chegou ao Inter e que diz que jogar no 'La Bombonera' é único.
"Sim, digo e continuarei a dizer toda a minha vida, porque para mim 'La Bombonera' foi sempre especial. É que antes de eu chegar ao Boca Junior, eu ja era 'xeneize'. Para mim, o chegar ali e conhecer jogadores como Palermo, o 'mellizo' Guillermo... foram sensações muito especiais que marcaram a minha vida".
E o 'Coco' como é que te tratava?
"Sempre me tratou bem. Dizia-me com a sua voz rouca: <<Esse negro tem um canhão>
E depois do Boca, para onde foste?
"Para o Saint-Éttiene. Lá estive com Daniel Bilos e com Ignacio Piatti".
Eras muito jovem, seguramente que não foi fácil. "
Não foi nada fácil porque fui para lá com 20 anos. Era uma cidade pequena, quase uma povoação; era fria e eu jogava pouco. E então dificultou a minha adaptação. Aí também fiquei 2 anos a aprender sobre aquele futebol tão duro".
Mas tudo te ajuda. Dizes-me que tudo foi diferente ao que estavas habituado. O frio...
"Sim, sim, sim, muito frio, neve. Era algo impressionante. Mas como tu dizes, tudo ajuda. Foram experiências que me tornaram mais forte".
E estavas sozinho?
"Não. Graças a Deus estava com a minha esposa e o meu filho, o maior".
Mas também foi difícil para eles, não?
"Obviamente. Para eles foi pior, porque ficavam o tempo todo em casa. Eu pelo menos saía e distraía-me nos treinos e jogos. Mas, depois em 2008 o Porto tomou a decisão de comprar-me".
E aí a história mudou.
"Aí mudou totalmente. Estávamos numa cidade linda, com pessoas mais latinas, mais parecidas a nós. O idioma era muito mais fácil de aprender. Para a minha família foi algo muito positivo".
E os companheiros de equipa?
"Sim, quando cheguei havia 9 argentinos, 3 uruguaios, e 5 ou 6 brasileiros, ou seja, éramos uma equipa sul-americana, e isso para mim foi encontrar uma vida nova. Não é que estive mal em França, mas a vida lá é muito dura, e no Porto foi algo diferente".
Estiveste bem no Porto, certo?
"Sim, mas o primeiro ano foi muito difícil porque tive que habituar-me ao jogo, às pessoas, ao campeonato. Mas tive grandes companheiros e uma grande treinador, Jesualdo Ferreira, que me ajudou em tudo. Ajudou-me em tudo esse senhor".
Mas também foi inteligente porque viu em ti grande potencial e deu-te a confiança que necessitavas para explorar o teu talento ao máximo.
"Isso foi o que ele fez, porque dizia-me <<tens excelentes condições mas deves trabalhar nisto ou naquilo>
"Em 2006 quando estava no Boca Juniors. Convocou-me o treinador Reinaldo Rueda para jogar uns amigáveis antes do Mundial. Jogamos contra a Alemanha, Polónia e Marrocos".
Pôr a camisola do país é único?
"Jogar na Seleção era algo muito especial, sobretudo pelos jogadores que já estavam na equipa. Nesse tempo estive com Mondragón e Óscar Córdoba, que eram jogadores que tinha no álbum do último Mundial que a Colômbia esteve".
Como é a Seleção com Pékerman?
"Todos me diziam que era boa pessoa. O Cambiasso tinha-me falado muito bem dele. Sabíamos que devíamos ajudá-lo em todo para irmos ao Mundial".
E porque têm uma geração de jogadores que...
"Era isso que te ia dizer: com os jogadores que temos, tínhamos que nos classificar para o Mundial. Era uma alegria que tínhamos que dar às nossas famílias e ao nosso país. Contamos com um técnico experiente, que já tem vários mundiais juvenis e um de maiores, e por isso vamos fazer tudo para que ele nos guie a fazer uma bom Mundial no Brasil".
A Colômbia, penso eu, que esta na elite, porque tem jogadores que como tu estão em equipas como o Inter. Como chegaste a Itália?
"Já a algum tempo que queria vir para cá. Dois anos antes de chegar ao Inter, tinha falado com Iván Córdoba para que me ajudasse a chegar aqui. Nesse momento, apenas estava a começar a aparecer no Porto, não era o jogador que sou hoje, que já ganhou muitos títulos. Mas disse-lhe com convicção e ele respondeu-me <<Sim Guaro, vou tê-lo em conta>
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