Fredy Guarin já não é o mesmo. Tanto na sua forma de falar como no seu estilo de jogo que relembra o estrangeiro, a experiência que adquiriu ao permanecer mais de 8 anos no exterior.
Para trás ficou o ansioso jovem que começou na seleção Sub 17 em 2003 e que marcou os seus primeiros golos com o Atlético de Huila. Hoje, é um jogador muito mais maduro e sereno, a quem não incomoda jogar em estádio cheios, nem disputar finais, pois já o fez bastantes vezes com o Boca Juniors, Saint-Étienne, Porto e Inter. Este último, é o seu clube atual e com o qual tem sido titular, frequentemente, no campeonato italiano.
Embora com essas camisolas tenha vivido muitas alegrias e ganhado valiosos títulos, a Seleção Colombiana é realmente a única equipa com que sonha em ter jogos memoráveis. Argentina e Peru já estão em vista.
Fredy está preparado para deixar a pele por Colômbia, quando Pékerman decidir...
Qual é o balanço individual que faz do seu rendimento ao fim desta temporada com o Inter, e como chega fisicamente à seleção?
"Foi uma temporada muito intensa, e que não foi fácil a nível individual nem colectivo. Sabemos como acabou o Inter (ficou em 9º no campeonato) y a nível pessoal, sofri 2 lesões qua não foram com gravidade, recuperei, fiz golos, assistências, marquei a diferença em jogos e isso faz-me chegar muito motivado à seleção".
O que José Pékerman trouxe de mais valioso para a Colômbia, desde que assumiu o cargo de selecionador?
"A sua experiência tem sido fundamental. Já todos sabíamos que a seleção tinha talento, que jogava bem, mas não ganhávamos. Com a sua equipa técnico e a sua vontade de triunfar, a equipa recebeu uma injeção de ânimo muito positivo. Creio que nos faltava esse guia táctico e essa força mental para saber enfrentar os jogos e com ele conseguimos".
Mas com 'Bolillo' e Leonel, eras quase sempre titular. Preocupa-te teres perdido a titularidade na seleção com Pékerman?
"São pessoas totalmente diferentes e é certo que o ciclo anterior a nível individual foi positivo porque jogava sempre, mas como profissional devo aceitar as decisões da equipa técnica e neste caso estou muito tranquilo. A minha mentalidade é fazer parte da seleção e isso não mudo por nada, jogue ou não. A minha disponibilidade e o meu trabalho estão intactos. Não posso ser negativo nem lamentar-me por não jogar, pelo contrário, é um incentivo para esforçar-me mais, para lutar para ganhar o lugar. No final, seja suplente ou titular, o objectivo que tenho sempre é fazer o melhor para estar no Mundial".
Daria já o empate com a Argentina?
"Um empate seria importantíssimo para nós, mas sou um pouco mais entusiasta, mais atrevido e quero ganhar. Temos uma seleção que pode ganhar a qualquer equipa e a ilusão é essa, trazer os 3 pontos".
Como analisa o jogo com o Peru?
"O jogo a ganhar é esse contra o Peru. É um rival directo e jogamos em casa. Eles ganharam a última vez que jogaram (contra o Chile), subiram na classificação. Assim, esperamos um rival com muita entrega, que não vai entregar nada e não podemos confiar. Temos que continuar a fazer o que sabemos: atacar, pressionar, e conseguir um resultado positivo".
Foi fácil a adaptação à cultura italiana, em relação aos costumes e ritmo de vida?
"Não, Não foi fácil. A paixão pelo futebol em Itália é muito grande, e assim, quando sais para o campo, estão sempre pendentes do que fazes e do que não fazes. Querem um palavra, uma foto, mas tenho-me adaptado pouco a pouco".
Com quem vives em Milão?
"Vivo com a minha esposa e os meus dois filhos. Tenho um menino de 8 anos (Daniel) e uma menina de 2 anos (Danna). O Daniel gosta muito de futebol, acho que vai seguir os meus passos".
Conta-nos como é a tua rotina. A que horas treinas, e o que fazes nos tempos livres?
"Às 8h da manhã, levanto-me e tomo o pequeno-almoço com os meus filhos. Levo o mais velho ao colégio, e a menina deixo-a no jardim e vou direito para o treino porque às 9.45 já devo estar pronto. Termino à 1h da tarde e almoço, por vezes, no restaurante do clube no centro de treinos ou em casa com a minha mulher. Depois descanso uma ou duas horas, e depois brinco com os meus filhos e vamos ao parque. Há noite, às vezes vou jantar com a minha mulher ou vamos ao cinema".
Viveste em Buenos Aires, em Saint-Étienne, no Porto, e agora em Milão. Em qual destas cidades estrangeiras, te sentiste mais confortável?
"As 4 cidade são totalmente diferentes, mas em termos gerais, no Porto senti-me muito bem, habituei-me às pessoas, à cidade, aos costumes. Lá as pessoas têm um pensamento muito latino, muito parecido ao nosso, e tanto eu como a minha família sentimos-nos muito confortáveis".
Agora que acaba a temporada europeia, e depois dos jogos das eliminatórias, que planos tens para descansar nas férias?
"Depois do jogo contra o Peru, fico pelo litoral durante uma semana e depois vou para Medellín para estar com o resto da família, que não vejo tão regularmente".
Que se passou com o Inter? Porquê que achas que não conseguiu classificar-se para a Liga dos Campeões da próxima temporada?
"Primeiro foram as lesões dos jogadores que eram titulares e importantes no esquema. Isso afectou-nos muitos a nível táctico, mental e físico, porque obviamente isso gera um desgaste na equipa, ao ponto de nos últimos jogos termos jogado com jogadores das equipas mais jovens., Eu, por exemplo, nunca tinha jogado tantos jogos, e tão seguidos como esta temporada, e isso acaba por afectar o rendimento colectivo".
Está confortável no Inter ou acha que há a possibilidade de uma nova transferência no mercado de Verão?
"Não, eu fico no Inter. Ainda só fiz um ano completo, quero continuar a aprender e mostrar melhores resultados tanto a nível individual, como colectivamente. É um clube muito grande, que tem sempre objectivos muito altos e eu quero fazer história com esta camisola".
Em Itália, estão a jogar Cuadrado, Muriel, Ibarbo, Zúñiga, Armero, Yepes, Zapata, Quintero e tu. O que diz a imprensa italiana sobre este 'boom' de jogadores colombiano no 'Calcio'?
"Sim, a verdade é que todos os fins de semana, vê-se boas noticias de um, golos de outro e isso é muito importante para nós, para quem está a jogar, mas é mais valioso para os jovens de 17/18 anos que sonham com uma oportunidade em Itália, porque de uma certa maneira estamos a abrir-lhes caminho, estamos a marcar o território a nível futebolístico no 'Calcio' mas também em outros países europeus, como faz o Falcao, Carlos Sanchez, Jackson, James. Creio que estamos a ganhar espaço, o jogador colombiano é respeitado em Itália, em Portugal, em Espanha. E isso acontece pelo talento mostrado em campo e pelo comportamento fora dos relvados".
Reúne-se com alguns deles para um almoço, fazer compras, ou fazer alguma celebração?
"Sim, estamos juntos em alguns aniversários, celebrações do filhos e às vezes no inicio ou fim da temporada, para fazermos um jantar. É sempre importante estar perto das tuas pessoas, dos colombianos para sentir um pouco de calor do lar, da família".
Traduzido por: Fredy Guarin Fãs
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